• Segunda-feira, 27 Outubro 2025

Festival AmadoraBD premeia Luís Louro

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O livro “Os Filhos de Baba Yaga”, de Luís Louro, venceu o prémio de melhor banda desenhada portuguesa, atribuído pelo festival AmadoraBD, que também distinguiu o autor Filipe Duarte Pina, a título póstumo.

Os prémios anuais do festival AmadoraBD, que reconhecem a produção e edição de banda desenhada em Portugal, foram hoje anunciados na Amadora, com Luís Louro e receber o galardão de melhor BD portuguesa, no valor de 5.000 euros.

Luís Louro recebe este prémio numa altura em que celebra 40 anos de carreira na banda desenhada, já distinguida com uma medalha de mérito cultural pela Câmara Municipal de Lisboa.

O autor de “O Corvo” e “Alice”, coautor da série “Jim Del Monaco” e criador de “Os filhos de Baba Yaga” (2024) tem patente uma exposição retrospetiva no AmadoraBD, com desenhos e esboços daqueles álbuns, por ter recebido em 2024 o Troféu de Honra deste festival.

"Os filhos de Baba Yaga", que saiu em abril pelas editoras A Seita e Arte de Autor e que esgotou a primeira edição, escapa ao registo mais humorístico de Luís Louro, abordando uma história de sobrevivência de onze crianças órfãs na Segunda Guerra Mundial.

Os Filhos de Baba Yaga é uma das suas obras mais aclamadas e com maior potencial internacional. A história foca-se em 13 crianças órfãs na Rússia que, devido aos horrores da guerra e à fome, perdem a inocência e se tornam cada vez mais cruéis para sobreviver. Baba Yaga é uma figura mítica do folclore eslavo, uma espécie de bruxa, e serve como referência para o título e o tom sombrio da narrativa, que explora a perda da Humanidade

Em relação ainda aos prémios deste ano, o júri atribuiu o Troféu de Honra, a título póstumo, ao argumentista Filipe Duarte Pina, “pela qualidade e relevância da sua obra para a banda desenhada nacional”, nomeadamente pelo álbum “BRK”, com desenho de Filipe Andrade, e “Macho-Alfa”, com desenho de Osvaldo Medina. Filipe Duarte Pina morreu em julho passado, aos 46 anos.

De acordo com a editora A Seita, a 01 de novembro haverá uma homenagem a Filipe Duarte Pina no AmadoraBD, com o lançamento do quarto volume de “Macho-Alfa”.

Nos restantes prémios do AmadoraBD 2025, o prémio Revelação foi atribuído a “Tales from Nevermore”, de Pedro N. e Manuel Monteiro, com uma menção honrosa para “Borboleta”, da luso-francesa Madeleine Pereira.

O prémio de melhor fanzine ou publicação independente foi atribuído a Ana Margarida Matos pela obra “Tuas Palavras Minhas”, produzida no contexto de uma residência artística de BD entre Portugal e Bélgica.

“O meu irmão”, história de pendor biográfico do autor francês JeanLouis Tripp sobre a morte do irmão, recebeu dois prémios do AmadoraBD: O de melhor BD estrangeira e o de melhor edição, com a chancela da Ala dos Livros.

O júri desta edição integrou Hugo Pinto (em representação do município da Amadora), Paulo Monteiro (autor, editor e Presidente do Clube Português de Banda Desenhada) e Rui Cartaxo (investigador e especialista em banda desenhada).

De acordo com a organização, Paulo Monteiro absteve-se e “nem sequer assistiu à votação” nas categorias de “Fanzine/Publicação Independente” e “Prémio Revelação”, uma vez que a obra “Tales From Nevermore” é coassinada pelo filho e alguns fanzines a concurso foram editados pela instituição que dirige em Beja.

O 36.º Festival de Banda Desenhada da Amadora começou na quinta-feira e termina no dia 02 de novembro com o núcleo central situado novamente no Parque da Liberdade, onde estão montadas a maioria das exposições, sessões de autógrafos, lançamentos editoriais e a zona comercial.

O AmadoraBD também acontece fora do Parque da Liberdade, com duas retrospetivas do trabalho visual de Alice Geirinhas e de Dinis Conefrey na Galeria Municipal Artur Bual e com uma exposição de Filipa Beleza na Bedeteca Municipal.

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