
O Grupo Sportivo de Loures vive uma nova fase de esperança e crescimento. Depois de anos de dificuldades, o emblema loureense prepara-se para dar um passo decisivo com a gestão do novo Estádio Municipal, prevista para o arranque da época desportiva de 2026/27. O LOCAL falou com Fernando Paixão, presidente do G.S. Loures desde 2023, que nos revelou os desafios, conquistas e ambições que têm marcado este novo ciclo de recuperação e dinamismo no histórico clube do concelho que lidera o a 1.ª Divisão do Distrital de Lisboa.
- Como analisa o novo estádio e quais os benefícios que trará ao clube?
- O Grupo Sportivo de Loures ficará com a gestão do novo Estádio Municipal. Será um marco importante na história do clube, porque a localização é excelente e, com as infraestruturas criadas (dois campos), permitirá aumentar o número de atletas e ser mais inclusivo na sociedade que nos rodeia.
- Expetativas são altas?
- São muito elevadas. Depois de três anos sem termos espaço próprio, passarmos a ter condições de excelência vai potencializar o Clube e permitir-nos projetar uma formação digna do nome do Grupo Sportivo de Loures.
- Para quando está previsto o arranque do novo estádio?
- Esperamos que a conclusão do Estádio Municipal coincida com o início da próxima época desportiva.

- O novo estádio significa que vem aí ainda mais associados?
- Desde que esta Direção tomou posse, em 2023, temos verificado um aumento de associados, fruto da credibilidade recuperada e da proximidade com as pessoas de Loures. Com o novo estádio e mais atletas, acreditamos que esse número continuará a crescer.
- Como está a “saúde” do clube?
- Hoje o Clube está mais estável, credível e ativo. Temos oito equipas de futebol (masculino e feminino), andebol, ginástica, walking football, veteranos, padel e uma parceria com a ANDVIS para o desporto inclusivo. Dispomos de sede, autocarro e viatura de apoio. Ainda há muito a fazer, mas acredito que dentro de dois anos o G.S. Loures estará como novo, sem dívidas e projetado para um futuro brilhante.
- Onde e como vai o clube encontrar receitas?
- Com a credibilidade reconquistada, temos maior aproximação ao tecido empresarial, o que se traduz num aumento de patrocínios.
- Como é gerir as receitas do clube?
- De forma séria e responsável. Cada departamento tem o seu orçamento e cumpre o rigor financeiro. Parte significativa da receita serve para pagar dívidas e manter a confiança junto dos nossos parceiros.
- Quem são os principais patrocinadores do G.S. Loures?
- Não temos um principal patrocinador. Todos os que acreditam em nós e apoiam o Clube são igualmente importantes.

- Como encontrou o clube quando chegou a Loures?
- Em 2023 o cenário era desolador. O Clube estava sem campo, sem sede, com carrinhas apreendidas, penhoras e sem credibilidade. Estava praticamente condenado ao encerramento. Conseguimos reerguê-lo, levantar as penhoras e reatar relações com as instituições do futebol. Nessa época conseguimos inscrever cinco equipas e reativar o andebol. A Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Loures foram essenciais nesse processo.
- Quais as razões que o levaram a aceitar o desafio Loures?
- Vivo em Loures desde 1990 e entrei no Clube em 2013, como pai de um atleta. Fui ganhando paixão pelo G.S. Loures. Quando o Clube atravessou o seu pior momento, não consegui ficar parado. Juntei-me a dois amigos, José Miguel Mateus e Nuno Caetano, e formámos uma Direção com gente da terra e com amor pelo Clube.

- Quais as modalidades do clube? Conseguem sobreviver?
- Temos futebol, andebol, ginástica, walking football, padel e futebol veterano. Cada secção tem os seus patrocinadores e gere o seu orçamento, sempre sob supervisão da Direção.
- Como está a ser a aposta no futebol feminino?
- Esta época demos o primeiro passo com uma equipa de Sub-19 no Campeonato Nacional. Estamos a estruturar o futuro e a atrair mais atletas para novos escalões.
- Qual é o ponto de situação do futebol de formação?
- Em 2022 tínhamos 14 equipas. As dificuldades reduziram-nos a quatro em 2023, mas atualmente temos oito e, com o novo estádio, prevemos um forte crescimento.
- Há expetativas desses jovens jogadores alimentarem a equipa sénior?
- Sim, claro. O mais importante é criar as condições certas para que isso possa acontecer.

- O presidente tem família ligada ao futebol?
- Nasci ligado ao futebol. O meu pai foi dirigente e presidente do Almada Atlético Clube e do Amora Futebol Clube. O meu irmão, Jorge Paixão, é treinador profissional, atualmente no Al Nassr, da Arábia Saudita.
- Qual é a sua profissão?
- Sou empresário do ramo automóvel.
- Jogou futebol?
- Sim…
- Onde?
- Joguei em todos os escalões de formação e, como sénior, representei o Almada A.C., Amora, Atlético, União de Coimbra e Cova da Piedade.
RICARDO PINHEIRO JORGE
Infantado vai ter um inquilino de respeito
Com um investimento de 6,4 milhões de euros, o futuro Complexo Desportivo Municipal ainda não tem data certa para a inauguração, possivelmente para meados de 2026, mas é certo que ficará localizado no Infantado.
Um novo bloco compacto irá integrar o edifício de apoio e as bancadas, com enfoque nas acessibilidades, segurança, funcionalidade e integração paisagística. O complexo será composto por dois campos de futebol 11: um principal, destinado a jogos oficiais e eventos desportivos com público, com capacidade para 1612 pessoas, e outro secundário, para treinos e atividades formativas, atividades às quais poderão assistir cerca de 300 pessoas.
Contará, ainda, com seis balneários de equipas, dois de árbitros e dois de staff técnico; salas de musculação, conferências, administração, secretaria e segurança; posto médico e controlo antidopagem, áreas técnicas e administrativas e estacionamento para veículos.
R. P. J.